quarta-feira

Quem sabe sabe e a Felgueiras sabe bem...

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Carta aberta a Fátima Felgueiras
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Fátinha,
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Permite-me que te chame assim. Porque, enquanto te chamar "Fatinha," não te estou a chamar outros nomes que talvez fossem mais apropriados e que,se formos sinceros, tu bem fizeste por merecer. Antes de mais nada, deixa-me dar-te as boas-vindas neste teu regresso à pátria que durante tanto tempo trocaste pelas branduras tropicais do Rio de Janeiro. Sentimos a tua falta. Nós, os que verdadeiramente sabem apreciar o teu talento (e somos muitos). Não me refiro à matilha pavloviana que aguardou ansiosamente o teu regresso a Felgueiras e que acorrerá em massa às urnas para te devolver ao poleiro que é teu por direito e pelo próprio nome que ostentas. Nós somos diferentes. Somos os que sabem reconhecer o génio e a grandiosidade de um gesto como fugir à polícia para fora do país e depois, ainda as tuas pegadas não tinham sido varridas do aeroporto, dizer em conferência de imprensa que te puseste na proverbial alheta para impedir que te fizessem uma injustiça, pondo-te em prisão preventiva por perigo de fuga e em conjunto com criminosos comuns.E tinhas razão. O que tens tu de criminosa comum? Comum é a gentalha de cuja ingenuidade e ignorância sempre soubeste aproveitar-te para benefício próprio e dos que te são próximos. Um criminoso comum dá o golpe e foge para uma barraca abandonada na Cova da Moura. Não poderá nunca dar golpes consecutivos durante anos, exercendo um cargo público e dando-se ao luxo de fugir para Copacabana. De comum isso não tem nada. E o que nos rimos quando apareceste na televisão com a pele amorenada pelo Sol, de cabelo aprumado e aparelho nos dentes (como se a fuga fosse um regresso à descontracção e preocupações estéticas típicas da adolescência) ao lado daquele palerma brasileiro que muitos acreditaram ser o teu advogado. O teu advogado aquilo. Como se aquela criatura algum dia conseguisse atar os próprios sapatos sozinho sem acabar enforcado num atacador, quanto mais convencer alguém a contratá-lo para fins de representação jurídica. Mas ele lá ia aparecendo a teu lado nas conferências de imprensa que davas nos intervalos da praia, dizendo as alarvidades por ti concebidas para diversão dos teus concidadãos. Fazias aquele ar ultrajado de donzela apalpada e berravas que não ias descansar enquanto não se fizesse justiça, apelavas aos teus felgueirenses de estimação para não desesperarem porque tu voltarias por eles (sempre por eles, pobres simplórios) e que cabia à justiça (a justiça à qual tu fugiste) assegurar-se de que estavam reunidas as condições para que o regresso acontecesse. A teu lado, o "advogado" ia vociferando disparates jurídicos sobre habeas corpus e quejandos. Tu lembras-te do habeas corpus?Que saudades. E agora, eis-te finalmente regressada. Soubeste fazê-lo na altura certa,aproveitando o movimento de recandidatura ("Movimento Sempre Presente" pois sim? que graça) que te permitiria gozar de uma saborosa imunidade enquanto durasse a campanha eleitoral. Permitindo-te até não dizer para já se assumes a candidatura à frente da qual puseste os teus melhores macaquinhos amestrados para parecer que não tens qualquer ânsia de poder, guardando esse momento para mais tarde, para quando o "povo" começar a exigir-te que avances e possas fazer-lhe a vontade, qual Dom Sebastião finalmente regressado e trocando a armadura por um casaco de peles. O mais brilhante nisto tudo foi teres sido tu a pedir a tua própria detenção àchegada a Portugal. Tamanho espírito de abnegação nunca antes foi visto. E o golpe de génio de pedir a revisão da prisão preventiva que te foi aplicada porque, afinal, já não podes interferir no processo e até não há perigo de fuga porque voltaste de livre e espontânea vontade. Repara bem nisto: não há perigo de fuga porque regressaste de livre e espontâneavontade do Brasil para onde fugiste há mais de dois anos. Se isto não é genial, não sei o que será. E realmente não há perigo de fuga. Porque sabes bem que não precisarás de fugir outra vez. Conheces bem a justiça que temos. O único incómodo era passar uns meses dentro até ser julgada. Depois do julgamento, poderás ir à tua vidinha declarada inocente com provas ou culpada sem elas. E, afinal, de que te acusam? De te teres favorecido a ti própria, à tua família e aos amigos e conhecidos com dinheiro que não era teu? E daí? Não é essa uma das compensações informais de uma vida dedicada à administração autárquica? Pois, se não se puder desviar uns cobres para o próprio bolso,uns carros de grande cilindrada, umas vivendas com piscina e uns biscatesj eitosos para a família e para os que nos são queridos, é suposto dar-se alguém por satisfeito com o reles salário de presidente da câmara? Isso não cabe na cabeça de ninguém. Que sejas muito bem-vinda a casa, Fátima. Sei que ainda vais dar muito que falar.
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Um abraço sentido de um admirador dedicado.
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(M)Sinistro dos Santos...
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segunda-feira

Mais 4 anos de pesadelo autárquico...

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Já começa a ser um hábito este deserto eleitoral no Município de Mafra. Deserto porque não vi nem uma campanha de rua, o candidato á presidência da câmara ficou-se pelos almoços e jantaradas, patrocinadas por “apaniguados chupistas” do sangue dos contribuintes, apostados na “continuidade” mórbida da presente situação conformista. Porventura o Sr. Ministro dos Santos teve medo de uma recepção “à moda do porto” com sacos do lixo, embalagens várias e líquidos de “origem duvidosa”. Quem não se Sente não é filho de boa gente (ironia, para quem é demasiado literal na leitura…).

Nem os candidatos da oposição se dignaram a aparecer pelas ruas. Eles que eram detentores da obrigação de fazer uma oposição vigorosa ao Status Quo. Acho que em Mafra a grande maioria mama à conta da Câmara, directa ou “falaciosamente” indirectamente para não se insurgirem contra este estado de coisas…
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Enfim, no que toca a freguesia da Ericeira esperam-nos mais 4 anos de “conchinhas, ondinhas e cordinhas de gosto duvidoso”. Pelo menos as ruas estão limpas, dizem alguns mais esclarecidos, eu acho que para a “mulher a dias” da Ericeira não era necessário eleições…..


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Que linda que é a Ericeira quando vista ao longe...

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